quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Comentário a respeito de Referências, Arthur Moraes e Quentin Tarantino

Bravo companheiro Arthur.
Eu em nada me surpreendi com esse texto e esse vídeo do Rapadura ai. Já tinha isso bem claro na minha mente e por isso mesmo gosto do Tarantino.
Toda minha construção sobre meu gosto, aquilo que eu acho genial e o que eu acho imbecil, deriva de uma percepção narcisista. Isto é, se eu digo: "Putz, eu faria isso" é porque é bom. O cabeçudo do Knoxville, moleque de locadora, viciado em filmes B de kung-fu e cultura pop é algo com o que eu automaticamente me identifico.
E outra coisa que eu faria no lugar dele, e que ele já faz magistralmente, é esfregar na cara de cada um o tanto que ele saca de cinema. E que enquanto a galera pseudo-cult intelectual está discutindo cinema independente Curdo, ele está se divertindo com o que é trash e marginal. Junta tudo isso num caldeirão de referências e cria algo novo.
Me lembro de uma palestra memorável com o outro gênio Ariano Suassuna, na qual ele comentava uma entrevista antiga dele. A repórter começou a citar as histórias dentro do "Auto da Comapdecida", apontando que todas eram histórias tradicionais de cordéu: "O velório da cachorra" "O gato que descomia dinheiro" e outras, além da influencia clara do Auto da Barca do Inferno. Ariano concordou com ela em todos os pontos. Dai a repórter pergunta: "Mas afinal, o que é seu então?" O mestre responde [imagine aquele voz característica dele aqui]: "Ora! O livro!"

Um comentário:

Arthur disse...

:D
Mestre Suassuna. É isso aí. Gostei do "divertimento com o que é trash e marginal".
Um grande pra você.